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sábado, 31 de outubro de 2009

Chorei de emoção...

Li este texto no Blog da Tamara Karc e sem dúvida me emocionei... Chorei do começo ao fim... Vale a pena ler o texto embora seja grande.

- Estou almoçando com uma amiga quando ela casualmente conta q ela e o marido estão pensando em "começar uma família".
"Estamos fazendo uma pesquisa, diz meio brincando -"voce acha q devemos ter um bebe?"
"Isso vai mudar totalmente sua vida", digo com cuidado, mantendo o neutro tom da voz.
-Eu sei, ela diz. Nada mais de acordar tarde no sábado, nem tirar férias quando quiser.
Mas não era bem isso q eu queria dizer.
Olhava para minha amiga, tentando decidir o q falar.
Queria lhe contar das coisas q não vai aprender num curso para grávidas. Quero que saiba q as dores do parto passam, mas tornar-se mãe vai deixar nela uma vulnerabilidade irreversível.
Penso em avisá-la q jamais lerá novamente sobre uma tragédia no jornal sem se perguntar: “ e se tivesse sido meu filho?”
Que todo acidente aéreo, todo incêndio vai assustá-la. Quando vir fotos de crianças famintas, ela se perguntará se pode haver dor maior do que ver um filho morrer.
Olho para ela, unhas e cabelo impecáveis, vestido elegante. Por mais sofisticada q possa ser, tornando-se mãe, estará reduzida ao estágio primitivo de uma ursa protegendo seu filhote. Um grito aflito de “mamãe!” vai fazê-la derrubar o suflê ou seu cristal mais fino sem a menor hesitação. Acho q deveria avisá-la de q não importa quantos anos tiver investido em sua carreira, esta será afetada pela maternidade. Mesmo q tenha uma babá supereficiente, na hora de uma reunião importante vai pensar no cheirinho gostoso do seu bebe, ou na febre da véspera. Terá de usar toda sua disciplina para não correr para casa só para ver se está tudo bem com a criança. Quero que minha amiga saiba q suas grandes certezas vão ser abaladas. Que a vontade de um menino ir ao banheiro dos homens e não das mulheres na lanchonete vai tornar-se um grande dilema. Que exatamente lá no meio do barulho das bandejas e da gritaria das crianças, liberá-los sobre independência e identidade sexual serão confrontados com a possibilidade de alguém abusar da criança no banheiro.
Embora seja uma mulher sofisticada no escritório, vai sempre se questionar como mãe.
Olhando para minha amiga tão bonita, quero assegurar lhe q sua vida, agora tão importante, terá menos valor para ela quando vier o bebe. Ela sacrificaria sua vida para poupar a do filho, mas ao mesmo tempo vai querer viver mais – não para realizar seus sonhos, mas para ver a criança realizar os dela.
A relação dela (minha amiga) com o marido vai mudar, mas não como ela pensa. Um dia ela irá descobrir q se pode amar ainda mais um homem ao vê-lo passar cuidadosamente talco no bebe ou ao abservá-lo sentado no chão brincando com o filho. Penso q ela deveria saber q vai se apaixonar de novo pelo marido, mas por razões q agora consideraria muito pouco românticas.
Gostaria q pudesse perceber o elo q passará a ter com as mulheres que, através dos tempos, tentaram desesperadamente lutar contra as guerras e impedir q as pessoas dirijam depois de beber. Espero q ela entenda por que eu posso pensar racionalmente sobre muitos assuntos, mas me torno temporariamente louca quando discuto a ameaça da guerra nuclear para o futuro dos meus filhos.
Quero descrever a minha amiga o milagre q é uma criança dando seus primeiros passos, conseguindo expressar toscamente em palavras seus sentimentos, juntando as letras numa frase. A algria q nos inunda ao ouvir uma gargalhadinha gostosa, ao ver o filho acertando a bola no gol, a filha mergulhando corajosamente do trampolim mais alto.
O olhar curioso da minha amiga me fez perceber q tenho lágrimas nos olhos. “ Você nunca vai se arrepender”, digo finalmente, estendo o braço por sobre a mesa, aperto sua mão e oro em sua intenção e de todas as mulheres que, no meio do seu caminho, se depararam com o mais sublime dos chamados.
Comentários
1 Comentários

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Vânia Porto disse...

Eu chorei!

bjkssssssssssss

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